Leonardo Mariano, de 34 anos, ficou isolado em costão rochoso no litoral de São Paulo durante quase 24 horas. Helicóptero de resgate quase foi atingido por onda.
Eu estava desesperado. Foi uma noite horrível e, por isso, consegui dormir muito pouco. Estava chovendo e precisei me encolher para me esquentar. Ocasionalmente, as ondas batiam nas pedras e comecei a ter câimbras bem fortes. Com certeza não foi uma das melhores noites da minha vida”. O relato é do empresário Leonardo Mariano, de 34 anos. Mariano desapareceu no último sábado (27), em Cananéia (SP), e quase 24 horas depois foi encontrado, ferido, no Parque Estadual Ilha do Cardoso, completamente isolado em um costão rochoso sem ter como sair do local.
Antes de desaparecer, Mariano havia saído para correr ao redor da ilha, mas por conta da rápida subida da maré, acabou ficando ilhado. Sem ter como sair do local e com a água subindo cada vez mais, escalou uma área de pedras para se proteger e esperar a chegada do resgate.
Após passar a noite e notar que o local continuava isolado, Mariano resolveu tentar dar a volta na ilha pelos rochedos, mas foi atingido por uma onda que o derrubou em uma área repleta de mariscos, onde acabou sofrendo vários ferimentos que o impediram de se levantar.
“Eu só pensava que não iria morrer naquele local. Procurei tirar fôlego do fundo da minha alma para pedir ajuda. Em determinado momento, segurei no rochedo e avisei um barquinho passando. Comecei a acenar e eles me encontraram”, lembra.
Os primeiros a encontrarem Mariano foram dois moradores da cidade, que estavam dentro do barco. Ele conta que ao vê-los, acabou começando a chorar de emoção, já que sabia que o resgate chegaria antes que algo pior pudesse acontecer.
“Eu teria sangrado até morrer. Eles arriscaram a própria vida para me salvar em um barquinho minúsculo. A ajuda deles foi essencial para que eu continuasse vivo. Isso sem falar no piloto do helicóptero. Ele foi muito ninja. Me resgatou sem pousar”, conta.
O helicóptero Águia, da Polícia Militar, por pouco não foi atingido pelas fortes ondas que colidiam contra o costão rochoso. Apesar disso, Mariano foi resgatado e levado para o Pronto Socorro rapidamente.
Segundo a polícia, por conta do difícil acesso e do mar agitado, não foi possível atracar na praia. As equipes de terra precisaram fazer uma trilha em meio a um manguezal e uma área de floresta até a chegada do helicóptero.
Segundo Mariano, o que o manteve vivo durante toda a noite foi a esperança de rever sua família, que estava muito preocupada com o desaparecimento. Ele conta que o reencontro no hospital foi emocionante, já que alguns parentes imaginavam que ele havia morrido.
“O meu maior erro foi não ter me preparado para enfrentar as dificuldades da ilha. Eu deveria ter ido acompanhado e com equipamentos de sobrevivência. Espero que a minha história sirva de lição para ninguém se aventurar sem proteção”, alerta.
Agora, Mariano quer apenas seguir em frente e pensar na sua próxima aventura, mas de forma consciente e com mais cuidado. “Eu nasci de novo. A partir de agora, 27 de janeiro é o meu segundo aniversário. Já estou pensando na aventura do próximo ano para comemorar”, brinca. Fonte: G1
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