Esta sexta-feira é dedicada à conscientização sobre a doença, que aflige mais mulheres do que homens
Quando o homem ultrapassa os 70 anos e a mulher já está na menopausa, um mal silencioso, por não apresentar sintomas anteriores, pode estar a caminho: a osteoporose. Trata-se de uma doença osteometabólica que se caracteriza pela diminuição da massa óssea – ou seja, o que fornece a dureza do osso, e que pode ocasionar fraturas e uma série de doenças. No Brasil, há 10 milhões de pessoas que sofrem com o problema. E, nesta sexta-feira (20), é celebrado o Dia Mundial da Osteoporose. “Mesmo quando o idoso cai e quebra algum osso, dificilmente se investiga a osteoporose. É tratada só a fratura. Esse é o agravante. O indivíduo tem uma, duas, três, quatro fraturas e depois vai se investigar a osteoporose. Tem de se mudar a cultura. Mas o segredo é a prevenção”, afirma Roger Diniz, mestre em ortopedia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professor da área da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). Quedas. Há ocasiões em que o osso, caso do fêmur, quebra e faz a pessoa cair. E, falando em quedas, o site Datasus, do Ministério da Saúde, Santos lidera as internações no Sistema Único de Saúde na Baixada Santista quando o assunto versa a respeito de acidentes com pessoas acima dos 60 anos. De janeiro a julho, foram contabilizadas 207. Guarujá encontra-se na segunda colocação, com 85. Nas nove cidades, 402. O número deve ser ainda maior porque não estão incluídos atendimentos por convênios e particulares. Diniz observa que a maioria das quedas de idosos ocorre dentro de casa, especialmente na cozinha e no banheiro. A maioria das vítimas é de mulheres. “Isso acontece porque a mulher, mesmo sendo idosa, continua fazendo seus afazeres domésticos”, afirma. “Os que moram sozinhos são os que sofrem mais quedas. Quando há um parceiro, um toma conta do outro”, emenda, lembrando de um outro estudo que cita a informação. Não à toa a osteoporose também é mais comum em mulheres do que nos homens. A menopausa ocasiona a parada da menstruação, ciclo que protege a massa óssea. Ao cessar, ocorre queda em grande intensidade. “Porém, a faixa de ocorrência é praticamente a mesma de homens e mulheres após 65, 70 anos”, ressalta o mestre em ortopedia. Osteoporose atinge só os mais idosos? Há doenças como raquitismo que podem fazer desenvolver osteoporose em crianças e mais jovens. Algumas doenças endocrinológicas, como diabetes, hipotireoidismo e hipertireoidismo, podem causar osteoporose. O mais comum, porém, é que as mulheres tenham, após a menopausa. Osteoporose primária e secundária. O que são? A primária é a que dá em mulheres, principalmente pós menopausa e nos homens um pouco mais idosos. Já a secundária acomete pacientes que tenham doenças secundárias e que precisem de determinados medicamentos. “Cito como exemplos um indivíduo que tenha uma doença pulmonar e outro que tenha uma artrite reumatóide. Ambos usam uma droga chamada corticódie, que diminui a massa óssea”, explica Roger Diniz. “Cirurgia bariátrica (de redução de estômago, para emagrecer) pode causar osteoporose ou doença celíaca (intolerância ao glúten), que também provoca a osteoporose”, emenda. A cor da pele influencia? Os negros possuem tendência a terem menos osteoporose. É mais comum nos brancos, nas mulheres magras e pequenas. As brancas e obesas tendem a ter menos. A obesidade acaba protegendo a massa óssea. “Mas não quer dizer que todo mundo tem que ficar gordinho. Todos têm que ficar esbeltos para evitar uma série de outras doenças”, adverte Diniz. Alimentos com cálcio ajudam na prevenção? Tomar bastante leite ajuda? “Tem de se tomar um certo cuidado porque às vezes o idoso acaba desenvolvendo uma certa intolerância à lactose, ou seja, tem dificuldade em ingerir o leite. O que a gente recomenda às vezes é que esse cálcio venha por alguma medicação a base dessa substância”, observa o mestre em ortopedia. Como prevenir? – Evitar álcool e fumo, além de diminuir a cafeína. “A gente preconiza que o indivíduo tome, no máximo, quatro xícaras pequenas por dia”, completa Diniz; – Tomar cuidado com medicações, especialmente os corticoides; – Fazer exercícios físicos, como caminhada, sempre respeitando os limites e trabalhando o equilíbrio muscular; – Uso de medicações contra a osteoporose, como bifosfonatos, cálcio e suplementação de vitamina D; – Tomar sol para sintetizar a vitamina D. “Pode ser tomado um pouco de sol no dorso da mão na janela de 5 a 10 minutos. Já é o suficiente e super importante”, recomenda o mestre em Ortopedia. – Ver histórico na família, para se saber se alguém teve fratura por osteoporose, em especial parentes em primeiro grau (ou seja, os pais). – Acompanhar com o médico especializado uma vez por ano, fazendo o exame de densitometria óssea com a mesma periodicidade, além de exame de sangue regular. Fonte: a tribuna
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