Diretoria técnica coloca o hospital à disposição de Estado e prefeituras para criar parcerias e reduzir a fila de operações eletivas
A Santa Casa de Santos está à disposição das prefeituras da Baixada Santista e da Secretaria de Estado de Saúde para ajudar a amenizar a grande fila de espera de cirurgias eletivas (sem caráter de urgência).No final de junho, o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) apresentou um balanço da situação da região ao apontar que 10.265 pacientes aguardavam por algum procedimento. O tempo de espera chegava a um ano e meio em alguns casos. O diretor-técnico do complexo de saúde, Alex Macedo, garantiu que a instituição tem capacidade operacional para atender a essa demanda esporadicamente, por meio de mutirões. Outra opção citada por ele seria as administrações municipais seguirem modelos semelhantes ao programa Meta 30, iniciativa da Prefeitura de Santos, que estabeleceu parcerias com hospitais filantrópicos e clínicas particulares para acabar com a demanda reprimida de alguns exames e cirurgias. Por outro lado, toda essa negociação deve ser informada ou intermediada pelas secretarias municipais de Saúde. Além disso, é necessária uma pactuação local, que passa pelo Departamento Regional de Saúde (DRS-4), órgão ligado à pasta estadual. O prefeito de Praia Grande e presidente do Condesb, Alberto Mourão (PSDB), defende que a Secretaria Estadual assuma parte dos custos dessa demanda, a fim de não sobrecarregar os municípios. Ele admite que vem trabalhando para viabilizar parcerias com os hospitais filantrópicos locais. O diretor-administrativo e financeiro da instituição, Augusto Capodicasa, explicou que esteve há dois meses em uma reunião no DRS-4 com os secretários municipais para colocar a Santa Casa à disposição. “Seria interessante os municípios virem aqui conversar conosco para ver o que pode ser feito. Temos todo o interesse em atender. Essa é a nossa função, mas precisamos pensar na cobertura de nossos gastos e ocupar o nosso pessoal para dar vazão à fila. Nosso centro cirúrgico é grande. Poderíamos fazer grandes mutirões”, prevê
Prejuízos
Capodicasa justificou que fica inviável o hospital assumir a responsabilidade de realizar, em caráter permanente, determinadas cirurgias de média e alta complexidades sem o aumento do repasse mensal do SUS feito ao complexo. Segundo ele, a Santa Casa teve acumulado um prejuízo de cerca de R$ 20 milhões com esses procedimentos em 2016. A projeção para este ano é de um rombo ainda maior: em torno de R$ 30 milhões. “Estamos fazendo um importante trabalho de gestão para economizar recursos e para gerar dividendos oriundos dos planos de saúde privados e da Santa Casa. Eles servem para nos ajudar nessa adequação financeira”, destacou. Para exemplificar as dificuldades, Macedo apontou que, de 2008 para cá, o valor das próteses e dos insumos hospitalares tiveram um aumento superior a 150%. Com a intenção de amenizar essa situação, Macedo explicou que a Prefeitura de Santos já solicitou ao Ministério da Saúde o aumento do repasse de recursos para procedimentos de média e alta complexidades. Outra ação paralela desenvolvida pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas ( CMB) é o trabalho junto ao Governo Federal para a correção dos valores da tabela SUS e a criação de um novo modelo de remuneração que não penalize as entidades. A Tribuna solicitou, desde a semana retrasada, uma entrevista com a diretora do DRS-4, Paula Covas, mas não obteve um retorno até o fechamento desta edição.
Soluções
No dia 16 de agosto, o prefeito de Praia Grande e presidente do Condesb, Alberto Mourão (PSDB), e o deputado estadual Cássio Navarro (PMDB) estiveram reunidos com o secretário de Estado da Saúde, David Uip, para levar as principais demandas da Baixada Santista. Na ocasião, foi demonstrada a preocupação com a fila de espera de 10.265 cirurgias eletivas na região, sendo que parte desses casos poderiam virar casos de emergência e aumentar os índices de morte hospitalar. Na ocasião, Mourão sugeriu a utilização de hospitais filantrópicos para realizar mutirões. No dia 4 de outubro, o prefeito mandou um ofício a Uip solicitando a imediata abertura do AME+ de Peruíbe, a incorporação do Hospital e Maternidade de Mongaguá ao Hospital Regional de Itanhaém e uma solução de demanda reprimida dos procedimentos eletivos por especialidade e por cidade. Mourão entende que, com a abertura dos AME+ de Peruíbe e de São Vicente, o AME de Praia Grande, que faz o atendimento geral da população de São Vicente e Litoral Sul, terá capacidade operacional para novas cirurgias. Por isso, foi proposta uma divisão da edificação do AME Praia Grande para que seja possível a instalação do Centro Especializado de Atendimento ao Idoso. Fonte: A tribuna
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