Editorial
Já há movimentos de campanha cogitando a instalação de uma nova constituinte, dado os inúmeros projetos aprovados pelo Senado e Congresso, através de Emendas Complementares, de caráter duvidoso. Vê-se que mesmo com a maciça campanha contra os militares feita pelos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma, há hoje um crescimento eminente e natural dos grupos de apoio e população geral a favor da postura militar. Isso se deve ao caos que está se instalando gradativamente no país. A única barreira, a tábua da salvação do povo, que era o Poder Judiciário, nitidamente – pela postura e atos – dá indícios de estar sob manipulação plena do Executivo nacional. Sem o Legislativo, sem o executivo e sem o judiciário, o que sobra?
Como se não bastasse esses preceitos institucionais políticos instáveis, líderes de partidos que dominam o país – astutos ao extremo -, se unem com objetivo de se perpetuar no poder, travar o processo democrático, aliás, usando da mídia e recurso – que são fartos a eles – para defender dogmas distorcidos em bases populares, inclusive contando com apoio do Supremo, que deveria ficar inerte nas questões, já que em muita situações estão antecedendo as discussões de pauta em reservados com grupos e o próprio presidente.
Exemplos não faltam. A dificuldade para se montar um novo partido político já era enorme, e os líderes como Aloísio, Aécio, …, e até o próprio presidente Temer – que é um exímio articulista do bastidor – mobilizaram o Congresso para torná-lo quase que impossível, sob o pretexto de que partidos pequenos podem se vender. Nessa linha de defesa vem o Ministro Gilmar, dando aval pleno, inclusive nas tribunas e mídia do país. Não bastasse o fato de não permitir assinaturas de apoio de pessoas filiadas – absurdo, uma vez que o processo eleitoral não está ainda disponível para o partido em formação -, portando a condição de personalidade jurídica permite tratamento apenas como uma “ONG”, por exemplo. Outro, o fato de estipular dois anos apenas para a formação do partido – outro absurdo, isso retira a condição de formação por militância, onde o processo é lento, trabalhado com reunião, palestras e conquistas caso a caso, para uma investida em massa com mídia nacional e com alto recurso financeiro -, aliás, não para por aí. São diversos entraves que foram trabalhados, uma guerra que o povo não vê, mas que está acontecendo nos bastidores do país.
Lembram-se da campanha a respeito do desarmamento? Colocaram propagandas da Inglaterra, e outros países de primeiro mundo, empolgaram o povo através da mídia, dizendo que o Brasil seria outro. A prática nos mostra que estamos atolados no mundo do crime, onde os valores foram extirpados, os jovens estão sem direção, os idosos sem amparo, e programas sociais – que enganam – sendo material de mídia para ludibriar o povo.
Agora, como se não bastasse a corrupção andando à solta em todas as esferas e poderes do país, vem os líderes – astutos do Congresso -, trazer mais trava política para o povo: “a lista fechada”. Um modelo onde o eleitor vota no partido para cargos do legislativo e não mais no candidato. Isso é mais um golpe, de tantos e tantos outros que vem acontecendo nos bastidores desse país.
Nós temos que ir às ruas, protestar contra a insanidade desses projetos que tiram direitos do povo a invés de tutelá-los. Políticos já aposentados, com salários e idades incompatíveis com a realidade do país, querem transferir o ônus da incompetência, em repor a demanda atual dos cofres, esvaziados pelos descasos de corrupção de políticos que estão e passaram pelo poder nas últimas décadas. As arrecadações – seja FGTS, INSS e outros – financiaram obras de vários países; de forma que enquanto que o Brasil sofre com estradas ruins, saúde precária, altos impostos, social caótico, o povo sem emprego, países se beneficiaram do nosso dinheiro e vivem agora – dada a notícia da corrupção, ameaçando inclusive um calote. Pasmem, mas é isso mesmo, no entanto, sabemos bem que lá fora, a propina flui sem o encalço do Ministério Público, sem a mídia, sem que o povo pudesse ter acesso real. Aliás, todos os empréstimos feito pelo BNDS foram feitos sem aval do Congresso, de forma que há nesse preceito um ato pleno de inconstitucionalidade. E os ministros guardiões da constituição, onde estão?
Há nosso Raul Seixas com seu grito: “Tá tudo errado, Tá tudo errado”; de fato, ele já estava algum tempo a nossa frente. Em síntese, tenho certeza de que os valores recuperados no Lava Jato e outras ações similares, são equivalentes a mero centavos. Nada poderemos fazer, porque o “principal”, ou seja, o grosso do dinheiro, ninguém jamais irá colocar as mãos, porque estão protegidos em algum lugar e irão sustentar de três a quatro gerações futuras desses golpistas. Assim como ileso também sairão os autores principais do ato; em punição, apenas terceiro ou talvez até segundo escalão estejam em evidência.
A esperança nasce com nossos filhos e netos, que eles possam enxergar esse vírus da política, esse mal, não se isentando, mas se vacinando, se excluindo do mal, fazendo assim a diferença com atuação, projetos, mandatos e consolidação de ideias sérias, capazes de construir um novo país, mais digno, justo e solidário.
Cesar Augusto Alves de Lima
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