“Entenda o Jogo Político”
Itanhaém, a segunda cidade mais antiga do país, remonta um histórico político que não traduz uma realidade de desenvolvimento a contento do seu povo, que por sinal vem crescendo num ritmo mais acelerado nos últimos anos, principalmente pós pandemia.
Tiago Cervantes ao assumir o executivo não conseguiu atender a demanda pública como se esperava e faz uma das piores administrações municipais de toda a história da cidade, e, vale lembrar que se visto deste prisma é um período bem longo, pois Itanhaém é simplesmente a segunda cidade mais antiga do país.
A expectativa frustrada da atual administração não é uma característica isolada de seus apoiadores de outrora, mas de toda uma população itanhaense atual, já que foi a maioria que o colocou no poder.
Uma Gestão que deixa a desejar
E, esse quadro chega ser até compreensível numa análise, já que Tiago Cervantes antes de ser eleito tinha um bom perfil: “é rico, nascido em berço de ouro, advogado, foi vereador, empresário, filho do atual “dono” do Cartório de Registro de Imóveis – um patrimônio já herdado de seu saudoso avô -; em resumo, foi uma pessoa que chegou ao legislativo e executivo com o apoio de empresários e políticos que já estavam no poder, e não pelo mérito popular direto. É uma pessoa que tinha tudo para transformar a cidade numa das melhores da Baixada Santista, mas, ao sentar na cadeira do executivo se revelou ineficaz, se isolou do público, tomando posturas que em nada condiz com as promessas de campanha, e com o perfil que todos esperavam. Sequer cumpre com as responsabilidades lhes confiada, muito menos com a gestão pública necessária para atender a demanda popular que o povo itanhaense tanto espera.
Enfim, esse foi o um dos motivo que mobilizou o ex-prefeito Marco Aurélio a se lançar como pré-candidato numa disputa ao Executivo para às próximas eleições municipais, enfrentando a máquina executiva que hoje está nas mãos de Tiago Cervantes. E, não é a toa que em sua pré-campanha prevalece o slogan “borá recomeçar”.
A postura da atual administração pública tendência prevalecer atos da gestão atual, vindo a sucumbir, acobertar, paralisar trabalhos de iniciativa anterior, e, que porventura possam recair sobre a graça do governo anterior. Essa postura é arcaica, um retrocesso político que faz a população sofrer, já que, como nunca visto, carece de serviços de infraestrutura, saúde, segurança, educação, e muito outros que outrora estavam equilibrados.
A primeira visão de um quadro político
A julgar pela pesquisa Badra que foi a primeira pesquisa de 2024 realizada para medir as intenções de voto em Itanhaém, registrada no TSE, o ex-prefeito Marco Aurélio (PL) lidera com folga, com 28,5% da intenção de votos, um percentual quase o dobro de seu adversário Tiago Cervantes (PSD) que teve 16,3%, mesmo estando frente a todo o aparato da máquina administrartiva.
Em terceiro lugar apareceu Cris Forssell (Podemos), com 10,3%; seguidos do vereador Henrique Garzon (Podemos), em quarto lugar, com 9,7%; e, Rodrigo Dias (PSB), em quinto lugar, fechando a lista com 4,7%.
Nesta pesquisa não foram citados o nome de Áureo Bacelar (PT), que já em campo há um bom tempo, e nem do vereador Silvinho Investigador (NOVO) que recentemente também se lançou pré-candidato.
Ainda foram considerados 24,7% de votos nulos e 5,9% de votos indecisos, considerando uma margem de erro de 2,5%.
A pesquisa registrada no TSE sob nº 07018/2024, teve como base 1.060 eleitores em 04 de janeiro, e foi divulgado com destaque na TV Band Litoral.
Outros dados relevantes da pesquisa foram os índices complementares, que considerou a maior rejeição para a pré-candidata Cris Forssell, com 28%; e, em segundo lugar, com 21% o atual prefeito Tiago Cervantes. Já Marco Aurélio registra uma das menores margens, com apenas 10%.
Como funciona as peças no tabuleiro chamado Itanhaém
Não há como negar que os protagonistas do quadro político local é o ex-prefeito Marco Aurélio, que lidera as intenções de voto e tem a menor rejeição do quadro; e, o atual prefeito Tiago Cervantes, que está em segundo lugar, e tem alta rejeição popular.
Quanto aos demais permanecem configurados num quadro que oscila de acordo com as alterações, sejam por questões de trabalho em campo ou mesmo por incidentes aleatórios e imprevistos como por exemplo, novos resultados no processo criminal de Cris Forssell que politicamente já vem sendo prejudicada com os resultados jurídicos – divulgados na mídia -, que lhe atribuiu prisão em regime fechado, por participação em um procedimento de fraude. Como o trâmite processual ainda permite adentrar em fase recursal, a pré-candidata ganha um fôlego para prosseguir na sua investida política, contudo, é nítido que já há um grande estrago na via popular. Sabe-se que nesses termos, a mídia é cruel, e o termo “inocente” até que se prove contrário, politicamente não funciona e cai de forma negativa, e requer um árduo trabalho e investimento financeiro para que haja uma reversão. Já o partido puxado pelo vereador Henrique Garzon (Republicano) gera dúvidas quanto a sua consistência, pois, lideranças do mesmo estão interligados ao atual governo, fato que não traduz confiança, já que a dança dos partidos fica complexa às vésperas do fechamento das janelas de filiação, então é esperar para ver no que dá. A desenvoltura de bom vendedor que demonstrou ser na via empresarial, é adotada na prática pelo vereador Henrique Garzon, que trabalha de uma forma mais agressiva na mídia, usando o jargão “falaaa Itanhaém…”. É um político que vem crescendo, porém, ainda não traz um convencimento pleno se de fato é um candidato para ganhar, de fato, ou faz parte do jogo político dúbio alimentado nos bastidores com finalidade de “divisão”. Essa visão não é uma exclusiva do vereador Garzon, pois, também pode projetado na via da análise, também com os outros.
Neste jogo político, já é quase que certo que o vice-prefeito Rodrigo Dias, está mais propenso a uma fechamento direto com Marco Aurélio, pois, é o perfil que o alimenta é o de estar sempre do lado de quem ganha.
As pesquisas tem mostrado que Silvinho Investigador tem um perfil bom, mas, o lançamento de uma pré-campanha agora, quando há um quadro quase que definido, não traduz confiança plena, e vai precisar se movimentar muito para levar uma campanha consistente e principalmente convicente.
Da mesma forma, podemos ver o trabaho de Áureo Bacelar, que apesar de ter se movimentado bem nos últimos meses, está numa missão árdua, remando contra a maré, pois, sabe-se que o município de Itanhaém, por tradição, não tem uma vocação para aderir de forma fácil um segmento de esquerda.
Na avaliação política, duas coisas são analisadas do ponto de vista do público, se o candidato levanta o perfil pra valer ou se faz parte do conluio político da “divisão”. Há uma terceira via de avaliação que também faz parte do jogo, que é a projeção para se conquistar o direito de adesão a chapa como vice-prefeito do candidato que se apresenta mais forte em data próxima ao fechamento das chapas.
Isso mesmo é um jogo que exige análise, estratégia, visão e posições que nem todos conseguem enxergar, porém, são reais e existem.
Como já mencionado, a peça crucial do jogo é a máquina pública, que pode ser usada para o bem ou para o mal. E, nessa segunda opção, nem o MP, e nem órgãos correspondentes tem instrumentos capazes para fiscalizar e punir atos ilícitos. É por isso que nos bastidores funciona as negociações, as quais, não há como inibir, bloquear ou sequer interferir nessas decisões tomadas entre quatro paredes. E, não resta dúvida de que uma das formas mais comuns da política, já testada, consagrada e comumente aplicada pelo executivo municipal, estadual e até federal, é fomentar a saída de outros candidatos com intuito de gerar a divisão. Acontecendo isso, prevalece o poder da “máquina”, que além dos colaboradores, tem a somatória das engrenagens com serviços públicos, cargos de comissionados, entre outros. Essa engrenagem estima uma vantagem na ordem de 30% já de saída, e quando isso não acontece, como é o caso de Itanhaém, é porque o gestor é muito ruim mesmo.
Embora seja essa a perspectiva traçada de uma forma geral, em Itanhaém, o quadro atual, de fato, pode ter algumas alterações uma vez que o candidato mais propenso a ganhar – e as pesquisas mostram isso -, é o ex-prefeito Marco Aurélio; isso em razão de sua projeção anterior frente ao executivo, suas outras participações em órgãos governamentais, sua imagem como pessoa pública e principalmente por ser uma pessoa que se identifica com o público, que sai às ruas, vai nos bairros e consegue explanar suas ideias, explicando os termos, assumindo os erros, e acima de tudo levando uma visão inovadora, discutindo uma posição pública de igual para igual, sem medo de falar e de se expressar com o público.
Posição contrária faz o prefeito atual, que mesmo com todo o aparato da máquina pública, politicamente está mal das pernas de tal forma que não pode se dar ao luxo de sair sozinho nas ruas, pois, em quase todos os bairros da cidade os munícipes se manifestam de forma espontânea de forma negativa, criticando a atual administração pela ineficiência da gestão, e demonstrando arrependimento do voto anterior. E isso hoje é um fato notório a todos.
Minha Conclusão
Na prática, em outubro o resultado das urnas irão expor a realidade dos fatos, isto é, se prevalece a força do poder aquisitivo – pois, é certo que isso será de grande demonstração -, ou se desta vez haverá uma exposição do bom senso, do consenso, da realidade dos fatos em si, que vem sendo demonstrado de forma fácil, direta e espontânea, pela tecnologia em evidência e pelas redes sociais crescentes, que hoje são meios disponíveis a todos os cidadãos. Seja qual for a decisão final, todos, sem exceção, irão conviver nos próximos quatro anos pós eleição, com os efeitos e causas dessa importante decisão tomada em outubro próximo; e aí vale o ditado: “cada povo tem o governo que merece”.
Cesar Lima.
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