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Baixada Santista. Diretor: José Faustino Neto

ADEUS PAULO DELLA ROSA!

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Incumbe-nos este “adeus” por estar confirmada a morte do nosso Delegado Poeta.
Também me sinto impelido à esta despedida, pela proximidade que tivemos em 2012.
Paulo afirmava, quando ocupávamos juntos a tribuna de debates no programa Painel Regional, na TV Santa Cecília de Santos, de que a questão dos erros na segurança pública eram reflexos de uma política errada no combate ao crime.
Paulo, buscando daquela autoridade dos tempos de ação como delegado, eleva o tom com estrondo: “Postura, Sidney, Postura! A polícia não pode ter comportamento igual ao da bandidagem. Menos violência, mais inteligência”.
Dias depois, já encontrava o Paulo, em meio aos livros da Livraria Realejo, assinando seus livros de poesia pra centenas de seguidores, entre estes os amigos, os que são envolvidos na agenda cultural da cidade e os que o seguiam nas redes sociais.
“Seguidores”? Isto mesmo.
Paulo tinha uma legião de seguidores nas redes sociais, principalmente lá no facebook.
Talvez esta marca de centenas de milhares ao Paulo ligado nas redes sociais contribuiu pra que disputasse 2 eleições – 2016 (municipais) e 2018, sem que obtivesse o mesmo resultado em votos, sequer pra merecer lembrança.
Paulo, constantemente usava um vernáculo apropriado e próprio e se identificava com a nacarada forma de viver.
Escuto e vou ao dicionário: “nacarada: aquilo é rosa”…
Assim era a rotina pra acompanhar o estilo de nosso Paulo, nacarado amigo.
Como também, encontrá-lo com, na face, os óculos rosa. Ou, no dorso, a camisa rosa. Ou presa ao colarinho, a gravata rosa.

 

Ter de encerrar este “adeus” com a exuberante lembrança deste ente intelectual e entregue ao que acreditava e que tinha no enfrentamento constante de novos desafios, uma espécie de comportamento urbano beirando ao tribal, como ele chegava a reclamar é muito impactante, pois Paulo nos deixou em circunstâncias nada comuns e que nos fez estar em meio às letras destas confissões para a despedida que nos foi negada com menos dúvidas e sem apelo dramático.

Desculpe-me amigos…
a autoridade se vergou…
a poesia silenciou…
Paulo nos deixou…

Adeus!

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